quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cozinhando na Argentina - "Como se fuera un Chame Oliber".

Bom, era um projeto antigo conhecer a Argentina. E uma viagem que foi bem importante pra mim. Viajar sozinho era algo que eu não fazia há muito tempo e lembrar como é bom foi sensacional. Foram 10 dias divididos entre Buenos Aires e Córdoba, cidade onde moram os queridos amigos Júlio e Raquel.

O que posso contar de Buenos Aires é que comi, bebi e me diverti muito bem. Jantei em dois incríveis restaurantes de cozinha moderna (El Baqueano e La Viñeria de Gualterio Bolivar), experimentei carnes incríveis no La Brigada e no La Cabrera, comi as famosas Empanadas do El San Juanino, enfim, turistei e saí um pouco do circuito também. Fui até reconhecido como cozinheiro pela sommelier (e mulher do Chef) no El Baqueano. Surpresa minha ao ouvir “es cocinero?” no meio de um jantar na esquina da Chile com Bolívar. A explicação veio em seguida: “Me di cuenta de que la primera vez que probar de todo, por separado, luego se lo comen juntos”. Enfim, saí de lá fazendo amizade com o chef e a sua mulher.

De lá, parti para Córdoba. A viagem inteira tinha o propósito de rever Julio e Raquel, além de retribuir um carinho e gentileza sem igual dos dois. Explico. Quando o Davi estava para nascer, eles iam viajar pela américa Latina inteira de fusca, o Biu Fiteiro, num projeto de fotografia / arquitetura / pesquisa antropológica. Eles adiaram a viagem, viram o Davi sair da sala de parto e em seguida partiram.

E Cordoba foi descobrir outro mundo. Menos turística para brasileiros, uma cidade universitária, linda, cheia de surpresas. Fazer parte do cotidiano de uma turma de argentinos e comer um típico ‘asado em la parilla’ feita por um argentino na casa dele foi uma das melhores experiências da minha vida. Restaurante é bom, mas ir ao aniversário de um argentino, com toda a família e ver como eles fazem seu “churrasco” é outra história. Isso sem contar que o Mano mora – acreditem – atrás de um cinema. Isso mesmo, ele trabalha no CineClube de Cordova e você passa pelo lindo saguão do cinema, depois por um pátio, até chegar na casa dele. Sensacional.

Em retribuição ao carinho do casal de amigos e a recepção super calorosa dos argentinos (que aturaram 4 dias do meu portunhol), resolvi fazer um jantar.

Fomos ao Mercato Norte à procura de ingredientes. Eu tinha umas idéias na cabeça, mas confesso que estava curioso para ver o que ia achar, e só assim decidiria o cardápio final. Algumas surpresas como “manga? cê tá louco”, “goiaba então, nem pensar” foram modificando uma ou outra idéia. Não tem manga, vamos de duraznos (pêssegos). Peixes, poucas opções, mas até que encontramos uns bem frescos.

E essa é a história de uma noite muito agradável em companhia de Julio, Raquel, Diana, Leo Chiapello e Vicky, Julieta e Mano, Tito (Frito) e Milagros.

Trivial entre amigos Argentina – Córdoba


Amuse Bouche – Huevos con patatas e Chupetín de Melon con polvo de Jamon Crudo


Principal – Atun Blanco, molho de queijo azul (roquefort), pêssegos grelhados e pimenta rosa sobre batatas cozidas.

Sobremesa – Interpretação de Alfajor (biscoito de churros redondo coberto com nutela e castanha do pará, sorvete caseiro de dulce de leche.)

Pra terminar, fica aqui o melhor da história: ver a surpresa e a emoção de cada um deles com os sabores diferentes (para eles) que apresentei foi o melhor pagamento de todos. Tito, que é fotografo (quase todos da turma são fotógrafos) e também trabalha com uma produtora, teve uma idéia genial. “Vem pra cá e a gente faz um programa de TV, um brasileiro cozinhando em Córdoba com ingredientes locais. Como se fuera un Chame Oliber”. Hahahah, Tito, Frito, ociclelastiguits.


Ps: receitas no próximo post.

Julio e Raquel, saudade.

Raquel, ou seria a Rutinha?

A cozinha mais aconchegante em que já cozinhei

Por las calles

Cordoba

Tito e o Ruttini